terça-feira, 14 de julho de 2009

VOCÊ TEM EXPERIÊNCIA?


Hoje, em mais um, dos poucos processos seletivos dos quais tenho participado, refleti sobre o que é estar do outro lado da "moeda". O fato de estar participando de poucos processos irá me render alguns posts, onde vou comentar sobre a situação crítica de quem encontra-se desempregado no momento, e da situação não muito melhor dos que tentam conservar seus empregos. Mas o assunto hoje é outro. Tenho uma vivência de pouco mais de 3 anos, especificamente, na área de Recursos Humanos. E num momento em que busco recolocação profissional, tenho a oportunidade de vivenciar algo que estava distante da minha rotina a muito tempo: ser a candidata. Em minha experiência profissional, atendi inúmeros candidatos e funcionários recém-chegados e, infelizmente, com a correria do dia a dia e com o acúmulo de funções, raramente, parava para pensar na situação "difícil" que eles viviam, repetidamente. Mais precisamente os candidatos. Atualmente, vivendo o outro lado, consigo estabelecer melhor um paralelo do que significa isso, para a parte mais frágil do processo. É uma situação que quase todo mundo já passou ou vai passar um dia, você tem seu conhecimento, sua experiência, seu perfil pessoal e profissional (que são únicos e valiosos). Você acredita em você, seus familiares e amigos também. Seu histórico profissional rendeu-lhe boas referências. Enfim, você tem tudo para ser bem sucedido em um processo seletivo que lhe interesse, pois com todos esses atributos, será fácil mostrar seu valor. Certo? Não, errado. Nos processos seletivos, onde você é um número a mais, você pode ter o melhor perfil profissional entre todos os candidatos, mais isso não te faz menos frágil que eles, pois, entre outros motivos, quem lhe garante que a empresa tenha um processo de seleção bem conduzido? É de grande responsabilidade da área de seleção colocar a pessoa certa no cargo certo, mas tenho certeza que muitas vezes muita gente já se perguntou: o que essa empresa busca com esse processo? Geralmente, são processos dos quais algumas vezes saímos sem entender nada, algumas vezes saímos nos sentindo babacas e muitas vezes com a certeza de que, a empresa não sabe nada a respeito do que deveria saber sobre você e os outros candidatos. Sendo assim, como selecionará o melhor? E não é necessário ter trabalhado na área para visualizar isso. Então, além de vivermos uma realidade de desemprego, onde disputamos uma vaga com um número assombroso de pessoas tão ou mais qualificadas, temos que fazer muito bem a nossa parte, torcer para que a empresa faça melhor ainda a parte dela e para que os concorrentes tenham uma diarréia cerebral no dia do processo seletivo.rs Brincadeiras a parte, mesmo quando a seleção é realizada utilizando as ferramentas adequadas, pode haver o risco do processo não ser bem-sucedido. Fato que presenciei muito como funcionária e, hoje, como candidata, me provoca receios. Mas é evidente que se um processo é bem conduzido, mapeando o perfil de competências para aquele cargo, planejando e realizando uma boa entrevista comportamental e criando atividades ou jogos que possibilitem por em prática os conhecimentos, habilidades e atitudes dos candidatos, a escolha ideal torna-se provável. E o processo seletivo torna-se o mais justo possível. Com relação aos candidatos, acredito que mesmo quando não são favorecidos pelos processos das empresas, ou mesmo quando não são os melhores do processo, se conseguem um jeitinho ou uma forma de destacar-se (positivamente, óbvio), certamente terão grandes chances, apesar dos pesares. E não podemos esquecer de um fator importante também: sorte. É sempre bom tê-la. Obviamente, não considerei aqui Q.I., porque aí são outros quinhentos. Muita sorte para nós, desempregados da vez.



VOCÊ TEM EXPERIÊNCIA?



Não sei se é lenda ou não, mas dizem que os candidatos de um processo seletivo da Volkswagem do Brasil deveriam responder a essa pergunta. Um dos candidatos desenvolveu o texto abaixo, foi aprovado e seu texto passou a fazer sucesso, sempre lembrado por sua criatividade e, acima de tudo, por sua alma.

Não sei se é verdade, mas de qualquer forma, é muito interessante.



"Já fiz cócegas na minha irmã pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.Já roubei beijo. Já confundi Sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentadono chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi por-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar. Já bebi uisque até sentir dormentes os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol. Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:"Qual sua experiência?". Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência...experiência... Será que ser"plantador de sorrisos" é uma boa experiência? Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?".

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