Infelizmente, não estou bem certa com relação à autoria, mas o texto merecia o post mesmo assim:
"Não está fácil viver nas circunstâncias que temos encontrado. Muita imposição é apresentada como posição. Muita impostura é valorizada como postura - a mais séria, a mais correta, a melhor! Uma mistura de autoridade e dogmatismo quer acabar com qualquer possibilidade de viver a vida de maneira mais feliz. Devemos, enfrentando, valorizar o riso. Não a gargalhada vazia e escrachada, estúpida e estupidificadora, frívola, cruel e masoquista. Falo de uma leveza do pensamento que ainda não se contaminou, de uma finura do espírito que está (infelizmente) cada vez mais difícil de ser encontrada.
Sim, o riso é coisa séria. Caminho de humanização e libertação espiritual.
Ele coloca em movimento nossa relação lúdica com o mundo, leve e brincalhona. Rir é possibilidade de superar pretensões vazias, aniquilar no inofensivo a soberba que quer nos esmagar. É válvula de escape, barreira, festa, mecanismo de defesa. Ele pode funcionar como alívio do peso muitas vezes exagerado das normas e cobranças que recaem cotidianamente sobre nossos ombros.
Rir é estratégico para podermos escapar da angústia, repensar o valor de tudo aquilo que nos indicam como "o mais importante". A diversão cura o sofrimento. O jogo e a ingenuidade das coisas de criança colabora, imensamente, para convivermos com as ruínas de nossa atormentada existência terrena. No alto da escala está, confortador, aquele riso capaz de rir-se de si mesmo: prova última da nossa humanidade, da nossa sensibilidade espiritual e do nosso desprendimento em relação às ilusões que nos escravizam e desencantam.
Oposto ao peso cruel e árido da vida corriqueira, o riso é dignidade na leveza, mobilidade dos afetos para escaparem aos duros e opressivos golpes e críticas do mundo. Qualquer humor, paródia, sátira, ironia - mesmo uma palhaçadinha apropriada e bem feita -, pode surgir como boia em pleno oceano bravio das coisas absolutas que querem fazer crer que vivemos.
Nosso tempo é triste porque o riso inteligente está proibido, ou pelo menos bastante ignorado. Por que as pessoas se levam demasiado a sério? Por que se ri tão pouco? Duas hipóteses. A primeira é que hoje em dia moraliza-se demasiadamente. Tudo é grave, decisivo, um pouco patético. A segunda hipótese é que tememos o caráter desagregador do riso, temos medo de olharmos ironicamente para nós mesmos e descobrir como, na verdade, todos nós somos pequenos."
Sim, o riso é coisa séria. Caminho de humanização e libertação espiritual.
Ele coloca em movimento nossa relação lúdica com o mundo, leve e brincalhona. Rir é possibilidade de superar pretensões vazias, aniquilar no inofensivo a soberba que quer nos esmagar. É válvula de escape, barreira, festa, mecanismo de defesa. Ele pode funcionar como alívio do peso muitas vezes exagerado das normas e cobranças que recaem cotidianamente sobre nossos ombros.
Rir é estratégico para podermos escapar da angústia, repensar o valor de tudo aquilo que nos indicam como "o mais importante". A diversão cura o sofrimento. O jogo e a ingenuidade das coisas de criança colabora, imensamente, para convivermos com as ruínas de nossa atormentada existência terrena. No alto da escala está, confortador, aquele riso capaz de rir-se de si mesmo: prova última da nossa humanidade, da nossa sensibilidade espiritual e do nosso desprendimento em relação às ilusões que nos escravizam e desencantam.
Oposto ao peso cruel e árido da vida corriqueira, o riso é dignidade na leveza, mobilidade dos afetos para escaparem aos duros e opressivos golpes e críticas do mundo. Qualquer humor, paródia, sátira, ironia - mesmo uma palhaçadinha apropriada e bem feita -, pode surgir como boia em pleno oceano bravio das coisas absolutas que querem fazer crer que vivemos.
Nosso tempo é triste porque o riso inteligente está proibido, ou pelo menos bastante ignorado. Por que as pessoas se levam demasiado a sério? Por que se ri tão pouco? Duas hipóteses. A primeira é que hoje em dia moraliza-se demasiadamente. Tudo é grave, decisivo, um pouco patético. A segunda hipótese é que tememos o caráter desagregador do riso, temos medo de olharmos ironicamente para nós mesmos e descobrir como, na verdade, todos nós somos pequenos."
