quarta-feira, 8 de julho de 2009

NÃO VEJO NADA, O QUE EU VEJO NÃO ME AGRADA


O título deste post, emprestado da música A Promessa dos Engenheiros do Hawaii, cabe muito bem aqui. A TV aberta no Brasil oferece uma programação lamentável a seus telespectadores. Sinto-me muito a vontade para ter esta opinião, já que sou telespectadora e, teoricamente, faço parte da classe que deveria ser a mais importante e considerada do processo. Mas na prática não é isso que vejo. Já não via antes, quando me baseava no que eu assistia naqueles finais de semana em que bate aquela preguiça na gente e não há nada melhor pra fazer. Imagine agora, nessa fase em que me encontro com “excesso de tempo disponível”, involuntariamente, que fique registrado. Certamente tenho feito todo o possível para aproveitar bem esse tempo. Mas ainda sobra muito para a “janelinha mágica”. É inevitável, esse aparelhinho faz parte da minha vida desde que me entendo por gente. E, vez ou outra, recorro a ele na esperança de algo novo. Doce ilusão. É incrível como é mais fácil dar exemplos de programas bons (porque são poucos e, facilmente, memoráveis) do que de programas ruins (vários). Nem a poderosa Globo escapa, mas apesar dos pesares, é a emissora que mais admiro e que melhor camufla o “lixo”, quando ele existe. Ah, falando em "apesar dos pesares", deve-se à modelo Luciana Gimenez, que tenta apresentar o deplorável Super Pop, o meu post de hoje. Ontem em seu programa, nos 10 minutos em que, corajosamente, eu estava assistindo, ela me solta uma de suas rotineiras pérolas: APESAR DOS APESARES. Errar é humano, claro. Mas acertar também. E no caso dela é difícil. Não vejo nada de engraçado nisso. E ela é só um exemplo de várias carinhas e tipos de programas que vemos na TV e que nos levam à seguinte questão: porque estudo tanto, trabalho tanto, ganho pouco, chego em casa para relaxar e sou obrigado a ver isso, a ouvir isso??? A resposta da questão é muito complexa e é melhor que eu nem me prolongue por esse caminho. Na minha visão simplificada, já virou um ciclo vicioso onde quem perde somos nós, como sempre. Mas se é um ciclo vicioso, os telespectadores também são culpados, ou melhor, parcialmente culpados. Se programas vergonhosos estão no ar, é porque dão boa audiência. E se dão boa audiência, é porque a maior parte de nossa sociedade não tem acesso à boa educação, lazer e cultura, logo têm expectativas limitadas. Justifico com isso a culpa “parcial”. Mas tanto os telespectadores de “lixo” (50% culpados, 50% inocentes), quanto os comunicadores do “acaso”, independentemente, de onde tenham vindo, da formação que tenham recebido e das dificuldades em mudar hábitos ou padrões estabelecidos, poderiam, respectivamente, fazer por onde receber mais e poderiam dar mais. Assim, teríamos uma programação em constante melhoria. O que tenho a dizer com relação a esses telespectadores citados, é que também há quem viva com privações de todos os tipos e que, justamente por esse motivo, saiba valorizar o que deve ser valorizado. E com relação aos artistas que caem de paraquedas, em horário nobre, bem no meio da nossa sala, penso da seguinte forma: não importa que uma alpinista social ou um ex-BBB sejam apresentadores de um programa ou participem de uma novela, desde que façam muito bem feito, que não despertem a vergonha alheia, que se interessem em aprimorar o talento e que busquem conhecimento. Como vamos questionar os motivos que levaram tal pessoa àquele lugar, sendo que essa pessoa faz por onde manter-se lá? Mas se ela não dá conta do recado, a cobrança tem que ser muito maior sim, porque ela está tirando o lugar de profissionais que se capacitaram para tal posto.

2 comentários:

  1. Amigaaaaa!!!
    Definitivamente amo seus textos!
    Concordo com tudo isso, e eu tb tive os meus 10 minutos perdidos ontem por essa pessoinha que se diz inteligente..rs
    Que situação hein?!?!rs

    Viva o mundo dos cultos, e que ele seja salvo!rs

    beijão

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  2. Amiga linda,

    Merecíamos coisa muito melhor neh?

    Como diz o Sidnei "seria cômico, se não fosse trágico..." rs

    Beijão

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