LAMBADA - A DANÇA PROIBIDA

Ontem fui numa pizzaria com as meninas (do meu quarteto fantástico) e me diverti muito, como sempre acontece quando estou com elas, independente do que façamos. Aliás, meu quarteto será muito comentado aqui: Aline, Fabiana e Fabiane. É inevitável. Elas estão sempre comigo, graças a Deus. Mas voltando à pizzaria, além de comermos e bebermos, lá podemos soltar a franga. Todo mundo falando alto (pra não dizer gritando), som na caixa, garçonetes dançando com figurinos temáticos, e a galera das mesas pagando vários micos, subindo nas cadeiras, vestindo perucas, remexendo o esqueleto... É um lugar que a gente frequentava mais na adolescência, e essa faixa etária continua sendo o público alvo. Verifiquei que apesar de não sermos mais "teens" ainda cabemos muito bem lá. Que bom! Significa que continuamos abertas à pura e simples diversão. Afinal, se temos comida, bebida, amigos de verdade ao redor e som na caixa, não precisamos de muito mais. Agora, som na caixa, nesta postagem, significa som pra requebrar, pra sair se balançando, pra perder o bom senso e a noção do ridículo e simplesmente deixar o ritmo ditar as regras. Não vou falar sobre música agora. Quero falar sobre ritmo e dança. Dança do povão, dança do momento. O que me leva a falar sobre isso hoje, foi a coragem da minha amiga Fabiana, que subiu na cadeira e requebrou ao som de Calcinha Preta, usando uma peruca de touro e dançando a super atual e conhecida: "Você não vale nada mas eu gosto de você, você não vale nada mas eu gosto de você, tudo o que eu queria era saber...porque?!?" Este é um tipo de forró que está na moda hoje. Além de outros ritmos claro. E centenas de outros antecessores abriram caminho para ele. Que brasileiro nunca dançou ao som de um forró, axé, batidão, funk, lambada, etc? Na minha opinião, a maioria desses tipos de músicas vieram com o único intuito de fazer a gente se mexer. Todos tem em comum a sensualidade contagiante e um ritmo frenético com uma letra, quase sempre, lamentável. Mas respeito quem os admira no seu todo. Particularmente, meu gosto musical passa muito longe disso. Aos poucos vou expor. Mas não nego que numa festa não há como ficar parada quando começa uma música dessas. E quando o corpo quer dançar, a mente lá precisa trabalhar? Pra que analisar a qualidade, a letra? É só sentir o som e já era, quando você vê já está lá, no meio da pista, em cima da cadeira, descendo até o chão, na boquinha da garrafa e por aí vai, eternizada naqueles filminhos e fotos que viram armas nas chantagens de amigos contra você. É ridículo? Sim. Mas é divertido. Quem dança seus males espanta. Falando da lambada agora, que é o primeiro movimento "pró-saculejo" que eu me lembro. Nasci nos anos 80, então claro que dancei muito "Chorando se foi..." Dancei na escola, no show de talentos, quando estava no primário ainda. A Aline do quarteto estava lá também, esse feito divido com ela. Quem com 20/30/40 anos hoje, não rebolou ou tentou rebolar ao som do grupo Kaoma e companhia limitada? Duvido que tenha alguém que pelo menos uma vez na vida não tenha ao menos balançado a perninha ou batido o pezinho com o Beto Barbosa... Muita gente usa a tática "se eu não lembro eu não fiz". Ah mas eu sei que fez. E eu acho o máximo até hoje. Em bailes de formatura ou casamentos ouvimos de tudo um pouco e eu não vejo ninguém parado. Essa é a intenção. A Lambada é um ritmo eminentemente brasileiro resultante da fusão de ritmos já existentes no Brasil como o forró, na região Nordeste e o carimbó, da região Amazônica, e outros ritmos da América Latina como: a Cumbia e o Merengue. Veio descendo o Nordeste até chegar às areias de Porto Seguro, cidade localizada ao sul do estado da Bahia. Cercada por uma natureza quase inexplorada e habitada por um povo muito criativo e alegre, estes elementos deram à lambada a sensualidade e o vigor necessários para encantar o mundo, a qual inicialmente era dançada nas areias das praias, em frente às barracas, durante o dia e a noite, passando mais tarde para os salões. De Porto Seguro veio para SãoPaulo, onde virou febre na cidade. Em 1990 foi lançado o filme Lambada - A Dança Proibida. O filme é trash. Este clipe também: http://www.youtube.com/watch?v=VCmEJlNR7Ww. Mas que contagiou muita gente na época da febre da lambada, contagiou. Dependendo da animação da festa e de quantas eu tiver tomado, eu ainda me arrisco a dançar. rs