sábado, 8 de agosto de 2009

FEIRA DA MADRUGADA


Enquanto os clientes das lojas dos Jardins dormem, milhares de pessoas se acotovelam nas calçadas estreitas do Brás, na zona leste, em busca de alguns dos itens ostentados pelos milionários. Só que falsificados. Bolsas Gucci e Louis Vuitton, calças Diesel e camisetas Puma e Adidas são vendidas livremente na Feirinha da Madrugada, entre 3 horas e 7h30 da manhã, todos os dias, menos aos domingos.
Na madrugada deste sábado, minha mamis e eu nos juntamos aos queridos João, Robson e Fabiane e fomos conferir o que rolava por lá. Quer dizer, na verdade, fizemos mais do que conferir, claro. Compramos também. Eu que sempre fui adepta ao "compensa pagar pelo conforto" me rendi ao custo-benefício que a feira oferece. E na situação de desemprego em que a Fabi e eu nos encontramos, muitos critérios acabam sendo deixados de lado. No meu caso, foi um ato isolado (eu acho). rs Mas a minha mãe se realizou completamente. Saímos da feira mais de 6h00 da manhã, mas ela ficaria andando e comprando por mais umas 4 horas. rs
Agora, tem que ter muita paciência mesmo pra encarar, porque a sensação é de que você está num labirinto infinito de lojas, sem saber para que lado ir, cercado de gente por todos os lados e ainda por cima, com sono. Programa não recomendado no momento, o local é alvo fácil para a disseminação do vírus da nova gripe, assim como todos os lugares onde há aglomeração de pessoas.
Mas voltando ao consumismo, com diversos produtos que vão desde camisetas, lingeries, bonés, acessórios, perfumes e as famosas bolsas, mais precisamente nas ruas Oriente, São Caetano e Monsenhor de Andrade, diversos ambulantes, a maioria fabricantes, vendem no atacado e varejo produtos a preços bem atraentes.
Apesar de quase tudo ser contrabandeado ou pirateado, ninguém se esforça para esconder nada. A feira começou primeiramente na rua 25 de março, hoje domina a região do Brás, onde se espalham centenas de barracas comandadas por brasileiros, bolivianos e chineses.
Qualquer um pode sair da Feirinha do Brás pronto para a balada sem gastar mais de R$ 86,00: a camiseta da Puma custa R$ 8,00; jaqueta da Adidas, R$ 35,00; calça da Diesel ou da Zoomp, R$ 20,00; pacotes com 12 pares de meia custam R$ 13,00. Também há acessórios, como carteira da Ellus, óculos da Mormaii e boné da Nike a R$ 5,00 cada um. Numa loja oficial da Diesel, só uma calça pode custar entre R$ 700,00 e R$ 1.270,00.
Diariamente, há grande concentração de pessoas na madrugada por lá, diversos ônibus do país inteiro trazem sacoleiros para a realização de suas compras. A viagem sempre compensa, pois quase tudo o que é vendido na feirinha é de boa aceitação e boa qualidade, geralmente, produtos da moda e com um preço pra lá de barato.
Muitas pessoas engordam o orçamento da família comprando na Feirinha da Madrugada no Brás e revendendo em lojas ou para outras pessoas.
Às 7h30, as barracas começam a ser desmontadas. Os clientes vão embora felizes com as roupas de marca que vão usar no fim de semana ou revender. Nessa hora os clientes do Shopping Iguatemi e das lojas da Oscar Freire acordam para trabalhar ou caminhar pelo Ibirapuera. Enquanto uma faceta da São Paulo real se põe, a São Paulo dos sonhos desperta para um novo dia.



Lembram da Feira de Acari? O esquema é o mesmo...

Numa loja na cidade eu fui comprar um fogão
Mas me assustei com o preço
E fiquei sem solução
Eu queria um fogão
Quando ia desistir
Um amigo me indicou
A Feira de Acari

Ele disse que na feira
Pelo preço de um bujão
Eu comprava a geladeira
As panelas e o fogão
Tudo isso tu encontra
Numa rua logo ali
É molinho de achar
É lá na feira de Acari

É sim lá em Acari

Lá existe um barraqueiro
Que atende por Mané
Ele vende muita coisa
Sempre tem o que tu qué
A barraca muito grande
Nela você sempre passa
Com merreca paga as pilhas
E o rádio vai de graça

Tinha uma promoção
Na barraca do Mané
Se alguém comprasse tudo
Ele dava a sua mulher
Tudo isso tu encontra
Numa rua logo ali
É molinho de achar
É lá na feira de Acari
É sim lá em Acari

Já levei o meu avô
Pra mostrar que eu não minto
Ele foi no troca troca
Da barraca do Jacinto
Meu avô trocou as calças
Meu avô trocou o cinto
Meu avô trocou cueca
E trocou até o pinto

Quando eu voltar na feira
Meu avô quer ir de novo
Ele está tão satisfeito
Que já quer trocar um ovo
Tudo isso tu encontra
Numa rua logo ali
É molinho de achar
É lá na feira de Acari

É sim lá em Acari

Preste muita atenção
No que agora eu vou falar
Se você quer transação
Acari cê vai achar
Se levar algum dinheiro
Maloca a merreca
Põe no bolso, no sapato
E o resto na cueca

Porque lá tem gente boa
E malandro adoidado
Já venderam prum otário
O morro do Corcovado

Tudo isso tu encontra
Numa rua logo ali
É molinho de achar
É lá na feira de Acari

É sim lá em Acari

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