quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MAIS DE UM BILHÃO DE PESSOAS PASSAM FOME NO MUNDO, DIZ ONU


A foto acima foi vencedora do "Prêmio Pulitzer", e foi tirada por Kevin Carter em 1994, durante a grande crise de fome que avassalou o Sudão. A foto mostra uma criança faminta e agonizante, que rasteja na direção de um campo de alimentos das Nações Unidas, situado a 1km de distância. O abutre espera que a criança morra para poder comê-la. Esta foto chocou o mundo inteiro. Ninguém sabe o que aconteceu à criança, nem mesmo o fotógrafo Kevin Carter, que deixou o local logo que tirou a foto. Três meses mais tarde, Carter suicidou-se devido a uma depressão. Hoje, 15 anos depois, vejam as atuais notícias com relação à fome no mundo:




Mais de um bilhão de pessoas, cerca de um sexto da população mundial, sofre com a subnutrição de acordo com o relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito de segurança alimentar, divulgado nesta quarta-feira.
O relatório elaborado pela FAO, a agência da ONU para alimentação e agricultura, afirma que o número de pessoas que sofre com a fome estava crescendo antes mesmo da crise econômica mundial, mas depois a situação piorou ainda mais.
"A FAO estima que 1,02 bilhão de pessoas estão subnutridas no mundo todo em 2009", diz o documento, divulgado na sede da organização, em Roma. "Isto representa mais pessoas com fome do que em qualquer outra época desde 1970 e uma piora das tendências que já estavam presentes antes mesmo da crise econômica."
"A meta da Cúpula Mundial sobre Alimentos (de 1996), de reduzir o número de pessoas subnutridas pela metade, para não mais do que 420 milhões até 2015, não será alcançada se as tendências que prevaleceram antes da crise continuarem", acrescentou o relatório.
A FAO afirma que as regiões da Ásia e Oceano Pacífico têm o maior número de pessoas subnutridas, 642 milhões, seguidas pela África Subsaariana, com 265 milhões de pessoas.
No entanto, o relatório também afirma que alguns países apresentaram uma melhora dramática nos níveis de subnutrição desde 1990, incluindo Brasil, Vietnã, Arábia Saudita e México.
"Nenhum país está imune e, como sempre, são os países mais pobres e as pessoas mais pobres que sofrem mais", diz o texto.


Diminuição na ajuda


O relatório da FAO foi lançado por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que ocorre na sexta-feira.
O documento afirma também que a crise econômica reduziu a ajuda estrangeira e o investimento em países mais pobres, além de diminuir o envio de dinheiro dos que trabalham em países mais ricos.
A agência da ONU afirma que é necessário mais esforço internacional para diminuir a fome no mundo e também pede mais investimentos internacionais em agricultura e dispositivos de segurança para a economia em países mais pobres "apesar dos problemas financeiros enfrentados por governos do mundo todo".
Nesta quinta-feira, o diretor-geral da FAO Jacques Diouf deve apresentar uma série de propostas para ajudar os países mais afetados pela fome.

Brasil

O Índice Global de Fome, uma pesquisa publicada pela Unidade Internacional de Pesquisa em Política Alimentar (IFPRI, na sigla em inglês), revelou que a República Democrática do Congo foi o país com o maior aumento da fome desde 1990, seguido por Burundi, Comores (arquipélago no Oceano Índico) e o Zimbábue.
Por outro lado, de acordo com o índice, alguns países demonstraram uma grande melhora nos níveis de subnutrição desde 1990. Em primeiro lugar está o Vietnã, seguido pelo Brasil.
Ao citar as medidas adotadas pelo Brasil para a melhora nos níveis de subnutrição, o relatório cita programas do governo como o Fome Zero, o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e também o aumento do salário mínimo.
O relatório descreve também uma "crise no preço dos alimentos", pois estes preços se estabilizaram em um nível muito alto para muitas pessoas em países em desenvolvimento.
E como solução, o documento sugere que dar mais poder para mais mulheres nos países em desenvolvimento, por meio de educação e mais acesso a empregos, é a chave para diminuir a fome no mundo.


BBC Brasil

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