segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A ETERNA JUVENTUDE














Quero homenagear a Dona Helena Nascimento, também conhecida em Cancun como Professora Helena (aquela da novela Carrossel) e Helena de Troia. Aliás, quem a homenageou com essa última referência foi o guia turístico do passeio de Chichén Itzá, patrimônio cultural da humanidade, local onde podemos encontrar as ruínas maias e representantes dessa civilização fantástica, que ainda preservam a cultura, religião, e forma de vida de um dos mais antigos povos da América Central.

Mas voltemos à Dona Helena. Pois bem, neste passeio cultural, trocamos a companhia do neto pela companhia da avó. Dona Helena é avó de um lindo garoto do bem chamando Vinicius, mais carinhosamente conhecido como Vinny. Uma senhora de 70 anos de idade (assumidos por ela com muito orgulho) e seu neto de 20 anos viajaram juntos para Cancun. Que lindo! Que neto consciente da sorte que tem! Que vovó mais admirável, dona de um espírito jovem, livre de preconceitos, amante incondicional da vida e aberta ao eterno prazer de desbravar e conhecer o novo.

Professora aposentada, merecedora de aplausos não só pelo fato de amar a vida e saber vivê-la em sua plenitude, mas também por essa profissão tão bela e desvalorizada em muitas partes do mundo, como é o caso do Brasil e, segundo o guia turístico do passeio, do México também. Por isso, dona Helena foi homenageada durante a viagem, com uma salva de palmas, mais que merecidas. Ficou emocionada. Eu fiquei agradecida por estar num lugar tão belo e ainda ter sido brindada com a sorte de conhecer pessoas tão lindas, que tornaram-se amigas.

A Dona Helena nos acompanhou nesse passeio, mesmo sem seu neto Vinny, que não aguentou acordar cedo após uma noitada que passamos em uma das maravilhosas baladas de Cancun.

Encaramos uma viagem de ônibus de duas horas de Cancun até as ruínas, depois veio uma caminhada longa num calor de 40 graus. As pirâmides e a viagem ao passado valem a pena, mas foi um passeio exaustivo. Não para a Dona Helena, que não reclamou de nada em momento algum. Nós, os jovens, estávamos literalmente acabados. Ela estava super disposta, nos animando. O nosso guia (infelizmente não recordo seu nome) era um estudioso super entusiasmado, muito bem informado. Mas em alguns momentos pecou pelo exagero no nível de detalhes, já que Cancun é sinônimo de praia e curtição e não é tão procurado por suas regiões arqueológicas. Todos ali tinham optado pelo passeio, mas esperávamos algo mais superficial ou light. Tivemos realmente uma aula de história e curiosidades sobre a civilização maia. 99% dos turistas daquele passeio se cansaram. Uma boa parte, logo no início percebeu que fez mau negócio ao trocar uma praia ou parque aquático por um passeio cultural. A grande maioria na metade do passeio já não tinha forças e energia para pensar ou assimilar qualquer informação. Os poucos resistentes (como eu) esgotaram-se ao final e só pensavam em cair em águas límpidas de cor azul celeste. 99% de nós em algum momento chegou a conclusão de que, embora todas as ruínas, pirâmides, curiosidades sobre o calendário, o fim do mundo em 2012, o alfabeto ou o jogo de futebol deles fossem muito interessantes, deveríamos ter escolhido algo mais relaxante e refrescante. Em algum momento todos reclamaram, nem que por meio minuto. Mas a dona Helena, não. A Dona Helena representa o 1% daquele grupo jovem que não se cansou. Ela não reclamou lá, não reclamou nas praias, nos passeios de barco, nos parques, nos shoppings, na noite agitada. Ao contrário, vi uma senhora respeitável e de bem com a vida, absorvendo tudo de bom que aquela viagem tinha para oferecer. Vi nela um pouquinho da minha vó Clarice (vó de coração e criação que marcou minha infãncia e minha vida para sempre). Vi uma linda relação de avó e neto, neto e avó. Conheci uma pessoa que tem muito para contar e que desperta em nós muita vontade de ouvir. E para se conquistar isso na vida, não basta viver muito. Tem que saber viver. Dona Helena, foi um prazer conhecê-la. Seja bem vinda à minha vida!

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