Tive um final de semana especialmente feliz. Começou com boa companhia e um bom vinho. Depois veio tempo e espaço para ficar um pouco só. Oportunidade de cuidar de mim, resolver pendências, finalizar assuntos cotidianos que acabam se acumulando e sufocando. Músicas que marcaram a minha vida embelezaram essas últimas horas, me enchendo de recordações e reflexões. Com uma viagem de meus pais, tive a chance de ser zelosa com o nosso lar. E embora o silêncio e a liberdade de estar só em casa sejam importantes em alguns momentos, tive a certeza de que na maior parte do tempo, o que eu valorizo mesmo são as pessoas que eu amo próximas a mim, com todas as falhas, ruídos, divergências e invasões. Senti saudades. Como isso é bom! É bom saber que cresci, amadureci, mas continuo sensível ao que realmente tem valor na vida. Tornar-me uma adulta não fez de mim uma pessoa inacessível, distante, apática, superficial ou egoísta a ponto de querer fugir das relações, simplesmente pelo fato de que elas nem sempre são fáceis. Realmente não são. Como poderiam ser? As pessoas erram e machucam o tempo todo. Mas também são solidárias, carinhosas, generosas e perdoam, pois sabem que sempre precisarão do perdão de alguém um dia. E o melhor: as pessoas mudam constantemente. Elas aprendem, às vezes pelo caminho mais fácil, às vezes pelo mais difícil. Mas aprendem. E mesmo que algumas vezes desaprendam ou, em casos raros, nunca aprendam, as pessoas sempre valem a pena. Neste final de semana tive uma certeza, em especial. Quero ao meu redor pessoas que amem pessoas. Que valorizem pessoas. São pessoas que movem o mundo e, abaixo de Deus, não vejo sistemas, corporações, times, questões políticas, religiões, modismos ou estilos de vida que tenham mais valor que as pessoas que estão ao nosso redor nos amando e merecendo nosso amor. Elas fazem a minha política, a minha religião, o meu time. Se todos pudessem pensar assim, todo o resto fluiria muito melhor.
